sábado, 22 de abril de 2017

Contribuição da Transformada de Fourier na Música Digital


A imagem abaixo ilustra a famosa Transformada de Fourier, o que seria de nós sem ela?! Pois é responsável pela música (formato) que nos chega aos ouvidos e pelas imagens que visualizamos na internet, em pequenos arquivos jpg.


São três os parâmetros que definem um Som: A sua altura, ou seja a frequência, ou número de vibrações produzidas por segundo, a sua intensidade, ou o quanto forte ou quanto potente é o som, e o timbre, característica esta que dá identidade a um instrumento, ou seja sabemos qual instrumento está emitindo um som.
A equação permite aos matemáticos compreender rapidamente a frequência de qualquer tipo de sinal. É uma façanha. E em 1867, o físico Lord Kelvin também expressou seu amor eterno por esta obra da matemática. Ele escreveu: “o teorema de Fourier não é apenas um dos mais belos resultados da análise moderna, mas podemos dizer que ele fornece um instrumento indispensável no tratamento de quase todas as perguntas recônditas na física moderna”. E é assim até hoje.
A matemática da separação
A transformada de Fourier foi desenvolvida pelo matemático Jean-Baptiste Joseph Fourier e publicada em seu livro A Teoria Analítica do Calor, de 1822. Ele estava interessado em como o calor fluía para dentro e em torno de materiais. No processo de estudar este fenómeno, ele obteve sua transformada. Na época, ele não teria como perceber como era importante a contribuição que estava dando — não apenas à matemática e à física, mas também à engenharia, à tecnologia e à ciência como um todo.
Sua maior descoberta foi perceber que os sinais complicados poderiam ser representados através da simples soma de uma série de sinais mais simples. Ele escolheu fazer isso por meio da soma de sinusóides — aquelas ondas oscilantes que você viu na escola, que vagueiam entre o pico e o vale com regularidade previsível. Digamos que você toca três teclas em um piano. Você produz três notas diferentes, todas com frequências bem definidas — chamadas de altura, quando estamos falando de som — que parecem ondas sinuoidais. Assim:
1237225127760042310
Mas ao somá-las, aquele agradável acorde parece bem mais um caos. Assim:
1237225127832505158
Parece complicado, mas sabemos que, fundamentalmente, são apenas três ondas sinusoidais agrupadas no tempo e somadas. A grande sacada de Fourier foi perceber que, por mais complicada que seja a forma da onda final, ela sempre pode ser representada como uma combinação de sinusóides — mesmo que isso signifique usar um número infinito.
A genialidade dessa descoberta, para mim, é que, se você pode descobrir quais sinusóides precisam ser adicionadas para criar a forma da onda final, você sabe exactamente quais as frequências das ondas que precisam ser somadas — e em quais quantidades — para representar o sinal. Com esse conhecimento, você sabe o conteúdo exacto da sua onda resultante.
Isso é o que a equação na parte superior da página faz em uma só tacada. O termo x(t) representa o grande e complicado sinal que você está tentando representar por mais simples. O termo e-jπ2ft parece um pouco assustador, mas na verdade é apenas o que os matemáticos usam para representar essas sinusóides de que estamos falando.
A parte legal é que multiplicá-los e colocá-los juntos numa integral — aquela linha curva na parte da frente e o dt no final — permite que a equação separe um por um os componentes das sinusóides que são necessários para representar o sinal. Assim, o resultado da equação, X(f), fornece a magnitude e tempo de atraso de cada um dos sinais simples que você precisa somar.
Isto é a transformada de Fourier: uma função que explica exactamente que frequências estão sobrepostas no sinal original. Isso pode parecer trivial, mas não é.
  • Transmitindo música

Imagine que você trabalhe com o envio de arquivos de áudio pela internet. Você poderia simplesmente mandar a música inteira na forma como a gravadora a registou, só que o arquivo é grande demais quando está desse jeito. A razão para o seu tamanho é que é uma gravação sem perdas, completa: cada frequência é preservada desde a gravação, por toda a mixagem, até a faixa final. Aplique a transformada de Fourier em um pequeno trecho de uma música, no entanto, e você vai descobrir que existem alguns componentes de frequência que são incrivelmente dominantes e outros que mal aparecem.
O formato de arquivo MP3 faz exactamente isso; ele também joga fora os componentes de frequência quase imperceptível para economizar espaço, bem como alguns dos que estão na extremidade superior de nossa faixa de audição, porque temos dificuldade de distinguir entre essas frequências.
Ele faz isso por toda a música, cortando-a em milhões de trechos, determinando os componentes de frequência importantes e jogando fora aqueles que são sem importância. O que resta são apenas as mais importantes frequências — ou notas — que podem ser tocadas em seus ouvidos para representar (com bastante precisão) a música original. Ah, e este arquivo tem menos de um décimo do tamanho original.
Também é muito semelhante à forma como funciona o Ogg Vorbis, o tipo de arquivo usado pelo Spotify em seu aplicativo de desktop. Na verdade, o Vorbis usa uma versão computacional extremamente rápida da transformada de Fourier, chamada de transformada discreta de cosseno, mas em termos gerais é a mesma ideia.
Aliás, o Shazam usa essas mesmas transformadas: ele tem um banco de dados de frequências distintas em canções, que ele compara com o que você coloca para o app ouvir, porque isso é mais confiável do que tentar comparar uma gravação de áudio com outra.
E, já que estamos falando de áudio, os fones de ouvido com cancelamento de ruído também usam transformadas de Fourier: um microfone grava o ruído do ambiente ao seu redor, mede o conteúdo da frequência em todo o espectro, e, em seguida, inverte o conteúdo para adicionar um som em seu mix de áudio que vai anular os bebes chorando e ruídos da estrada ao seu redor.
  • Imagens
A transformada foi desenvolvida, em primeiro lugar, para ajudar Fourier a resolver problemas relacionados com o fluxo de calor através de materiais. Isso significa que ela também funciona em problemas que são espaciais.
Para Fourier, isso significava somar simples tipos de fluxos de calor em 2D para representar os mais complexos. Mas, da mesma forma, a transformada de Fourier pode ser usada para construir imagens digitais de forma mais eficiente do que a fazê-lo de pixel a pixel.
Arquivos de imagem sem perdas têm a cor de cada pixel definida separadamente. Quando você salva como JPG, a imagem é dividida em pedaços pequenos e a transformada de Fourier é aplicada a cada um dos blocos. Ela fornece uma descrição das frequências espaciais sobre como cor e brilho variam ao longo deste pequeno pedaço da imagem. Assim como no caso de MP3, o JPG joga fora alguns componentes de alta frequência, que, no caso de uma imagem, fornecem os detalhes nítidos.
Para a maioria de nós, nossos olhos não podem detectar diferenças sutis de cor. Portanto, jogar fora os componentes que dão a variação de pixel para a pixel não altera a aparência da imagem. Obviamente, se você aumenta a compressão, começa a jogar no lixo frequências mais baixas, também — e é aí que as coisas podem começar a ficar meio pixeladas, à medida que as variações de cor entre os sub-blocos se tornam mais aparentes.
Excepto para os ouvidos e olhos muito treinados, sistemas de compressão como MP3 e JPG são pouco perceptíveis na maioria das vezes — os sons e imagens ficam óptimos e ainda conseguem ocupar apenas uma fracção do espaço que seus irmãos sem perdas demandam. Em outras palavras, eles transformam imagens e músicas digitais em coisas práticas, o que nos permite compartilhá-los facilmente — um feito absolutamente incrível para uma única equação. Sem dúvida Fourier, prático o suficiente para escrever um livro sobre o fluxo de calor, aprovaria.

  • Palavras Chave: Fourier, Som, Imagem, Frequência, Matemática
Texto original: Jamie Condliffe; 
Adaptação: Newton Santos;
Imagens: Christine Daniloff - MIT 
Fonte: Revista Gizmodo Brasil, Música Sacra e Adoração (prof. Luiz Netto)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Comprovada a Teoria da Relatividade Geral

Os cientistas observaram ondas gravitacionais, pela primeira vez, em uma descoberta histórica, considerada "o maior avanço científico do século". Eles provaram a existência das ondas gravitacionais, mostrando que um corpo com massa quando é acelerado pode deformar o tecido do espaço-tempo.
Um marco para a física e astronomia: cientistas de vários países anunciaram nesta quinta-feira (11 de Fevreiro), ter detectado ondas gravitaicionais, ou melhor ondulações do espaço-tempo que foram previstas pela primeira vez na Teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein, em 1915.


Figura 1 - Buracos Negros se fundido e gerando ondas Gravitacionais

Da colisão de dois buracos negros maciços à 1,3 biliões de anos luz da Terra. O cataclismo lançou estas ondas em todas as direcções, até que chegaram à Terra no dia 14 de Setembro, quando foram captadas por instrumentos instalados nos Estados Unidos. Isso trás uma visão sem precedentes sobre o evento que criou o Universo (Big Bang).

"Nós detectamos as Ondas Gravitacionais", revelou David Reitze, director executivo do projecto LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory),  durante uma conferência de imprensa em Washington DC, EUA, isto após semanas de especulações sobre o anúncio.

O que os cientistas do projecto Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferómetro Laser (LIGO), descobriram foram "distorções no espaço e no tempo" causado pelos dois buracos negros de massa enormes se fundindo em um só. Além de detectarem as ondas gravitacionais, cientistas do LIGO também mediram as massas e as distâncias dos buracos negros que a formaram. O projecto LIGO, possui detectores individuais (distanciados à 3 mil quilómetros um do outro) cuidadosamente construídos para localizar vibrações incrivelmente minúsculas de ondas gravitacionais. Uma vez que os pesquisadores avistam um sinal gravitacional, ele é convertido em ondas de audio, permitindo que o som de dois buracos negros em espiral se fundam em um único buraco negro maior e sejam ouvidos. A equipe também foi capaz de rastrear as milésimas de segundos finais antes dos buracos negros se colidirem. Eles determinaram que os buracos negros, com 30 vezes a massa do nosso Sol, circularam, um ao outro quase à velocidade da luz, antes da fusão pela colisão. Esta colisão emitiu uma enorme quantidade de energia, equivalente a cerca de três massas solares - segundo a famosa equação de Eisntein "E=mc2"- sob a forma de ondas gravitacionais.


“A maior parte dessa energia é liberada em apenas alguns décimos de segundo”, revela Peter Fritschel, cientista-chefe do LIGO e cientista de pesquisa sénior no Instituto Kavli, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) para Astrofísica e Pesquisa Espacial. “Por um período muito curto de tempo, o poder real de ondas gravitacionais foi maior do que toda a luz presente no universo visível”, completou ele. Estas ondas, em seguida, percorreram o Universo, entortando, de forma eficaz, a barreira do espaço-tempo, antes de passarem pela Terra, mais de um bilião de anos mais tarde, carregando os fracos traços de suas origens violentas.

Para os cientistas do LIGO, esta nova detecção de ondas gravitacionais marca não apenas o culminar de uma pesquisa de décadas, como também o início de uma nova maneira de olhar para o Universo.

Outras reacções de cientistas conceituados

Rainer Weiss, professor emérito de física no MIT
“Este é um sinal que nós queríamos observar desde o tempo que LIGO foi proposto. Isso mostra a dinâmica de objetos nos mais fortes campos gravitacionais que se possa imaginar, um domínio onde a gravidade de Newton não funciona completamente, e é preciso usar as equações de Einstein, totalmente não-lineares, para explicar os fenômenos”.

Matthew Evans, professor assistente de física no MIT
“Isso realmente abre uma nova área da astrofísica. Nós sempre olhamos para o céu com telescópios e observamos a radiação eletromagnética, como luz, ondas de rádio ou raios-x. Agora, as ondas gravitacionais são uma forma completamente nova que podemos focar para conhecer o Universo em torno de nós”.

Stephen Hawking, físico e professor
As ondas gravitacionais fornecem uma maneira completamente nova de olhar para o Universo, podendo revolucionar a Astronomia


Confirma-se assim, cientificamente, em absoluto a Teoria da Relatividade.

Porquê que isso é importante?

A Teoria da Relatividade de Einstein revolucionou a forma como entendemos a gravidade e é um dos pilares da física moderna. O Universo ainda não é completamente entendido porque essa teoria não concorda com outra muito importante, que é a mecânica quântica. Estudando as ondas gravitacionais — a última parte da Teoria da Relatividade Geral que ainda precisava ser comprovada —, os cientistas poderão expandir o entendimento do Universo. Quando isso acontece, se descobre coisas novas, que não eram esperadas.



  • Palavras chave: Albert Einstein, Ondas Gravitacionais,Buracos Negros, Espaço-Tempo, Relatividade


Fonte: Jornal Ciência, Instituto Ciência Hoje e Zero Hora - Estilo e Vida



sexta-feira, 25 de setembro de 2015

DO MAPA ANALÓGICO AO DIGITAL

 Do Mapa Analógico ao Digital

  1. Mapa Topográfico
O mapa topográfico (analógico) deve estar em bom estado de conservação. É adquirido no Instituto Geográfico Cadastral de Angola (IGCA). Os mapas têm dois sistemas de coordenadas, geográfico e rectangular, na projecção UTM (Universal Transversal de Mercator), datum de Camacupa (Elipsóide Clark), é o datum nacional, onde estão referenciadas todas as coordenadas. É importante também salientar que a escala 1:100.000 cobre 472 folhas de todo o país. Abaixo temos a figura de um mapa analógico. 

Figura 1 - Mapa topográfico, folha n.º 89, Luanda, escala 1:100.000


      2.  Digitalização do Mapa Topográfico

O mapa é digitalizado através de uma scanner ideal (ex. Epson Scanner A0), visto que os mapas em geral têm o tamanho A1. Após scaneado, o mapa perde a referência espacial, sendo apenas uma simples imagem de visualização. Daí surgir a necessidade de o georreferenciar para aplicações específicas.


       3.  Escolha dos Pontos de Controlo

Em princípio, para proceder este processo é necessário um software profissional ou mesmo livre, que permita a execução desta operação (ex. ArcGIS, GeoMedia, Quantum GIS e etc.). Após scaneado, o mapa é adicionado ao aplicativo (software), responsável  pela georreferenciação.
Os pontos de controlo são escolhidos ou obtidos: 
  • No próprio mapa analógico (antes de scaneado), se porventura for georreferenciado no datum local (Camacupa);
  • Numa base cartográfica (imagem de referência), diferente ao mapa, desde que tenha-se o objectivo de georreferenciar o mapa num datum diferente daquele que possuiu (ex. datum WGS84);
  • Podem ser obtidos também por levantamento de campo com GPS.
Dizer que neste passo são simplesmente identificadas e obtidas as coordenadas, dos locais onde serão marcados os pontos de controlo, no mapa a georreferenciar. Os pontos de controlo devem ser superiores ou iguais a 3 (GeoMeeting, 2010), dependendo portanto do grau polinómial, de acordo o modelo de georreferenciação escolhido.


       4.  Marcação dos Pontos de Controlo
É necessário uma boa distribuição espacial e uniforme desses pontos na superfície da imagem (mapa digital), da imagem a ser georreferenciada, com vista a garantir a melhor precisão. 
A marcação ou introdução dos pontos de controlo devem coincidir com o local onde foram obtido os mesmos, na fonte inicial.


       5.  Georreferenciação

Esta é a etapa derradeira, que permitirá então atribuir referência espacial a imagem, fazendo a correcção geométrica ou registo da imagem. Este processo pode ser executado totalmente no ArcMap, extensão do ArcGIS.
Após a georreferencia será possível verificar o erro cometido durante este processo. Isto é, através da tabela dos erros residuais, verifica-se o erro médio quadrático da correcção geométrica da imagem. Segundo João Matos, 2001, apresenta a tabela dos valores limites do erro médio quadrático para diversas escalas de mapeamento. A figura abaixo, mostra-nos o mapa digital, na interface do ArcMap, após a georreferenciação.

Figura 2 - Mapa digital georreferenciado no ArcMap



       6.  Aplicação do Mapa Digital

O Mapa Digital de forma geral é o levantamento de informações espaciais e tabulares (alfanuméricas) representado em formato digital, respeitando, projecções geodésicas, datum e sistemas de coordenadas. O Sistema de Informação Geográfica (SIG), os mapas digitais, podem ser visualizados e também processados, potencializando assim, a capacidade de decidir, analisar e identificar situações relacionadas ao mundo real.
Podem ser aplicados aos mais variados estudos relacionados ao espaço:
  • Mapeamento da rede viária de um país;
  • Mapeamento de esquadras policiais;
  • Evolução do recuo da linha de costa;
  • Mapeamento do alastramento de um vírus;
  • Estudo espacio-temporal de uma região.
Entre outros tipos de mapeamento que podem ser feitos digitalmente.


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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Missão Kleper da NASA


A Missão Kleper da NASA, confirmou no dia 23 de Julho a existência de um novo planeta, de nome KEPLER-452B (relativamente superior ao nosso planeta Terra), localizado numa "zona habitável". O Kepler-452B, orbita numa estrela semelhante ao Sol, de nome G, e está a 1.400 anos-luz de distância na constelação de Cygnus, e possui outras características similares ao nosso planeta.Ver imagem acima.
Mas, o telescópio espacial Kepler da NASA, capturou evidência de outros planetas potencialmente habitáveis, segundo a imagem abaixo, são nomeadamente da esquerda para direita: Kepler-22B, Kepler-69B, o próprio Kepler-452B (único anunciado), Kepler-62F e Kepler-186F. O último da sequência linear de planetas, é a Terra. Esta imagem abaixo é uma fotomontagem, para comparar o tamanho dos planetas.